É fato que
nenhuma pessoa sozinha tem a capacidade de mudar o mundo, mas a união consegue
fazer a revolução necessária. O engajamento socioambiental e principalmente, as
mudanças de hábitos são urgentes para reequilibramos tanto as nossas pegadas
ecológicas, quanto as interferências humanas na capacidade de resiliência do
planeta. Os desvios das permissividades modernas e o consumo exacerbado
desequilibra o mundo e nos consome silenciosamente.
A grande
revolução está nos nossos aparentes pequenos gestos diários, e ainda, na nossa
atenção plena para agir de forma sustentável, enfim, mudando os nossos estilos de
vida para construirmos um mundo melhor.
Em nenhuma época
do passado nós tivemos tantas informações disponíveis e com fácil acesso pela
Internet como hoje, mas não basta só se informar é imprescindível agir. Não é
fácil mudar um hábito, exige esforço e comprometimento contínuo e existem duas
formas de ação, a primeira, e mais fácil, é pela conscientização individual,
exercício lógico que explica as prementes necessidades e encoraja a mudança
efetiva, e a outra, e mais dolorosa, pela obrigatoriedade da lei, das questões
de saúde, do desabastecimento e outras imposições externas.
A fórmula do
sucesso das transformações necessárias para um mundo mais sustentável sempre
inicia no indivíduo, depois via exemplos alcança a família e os amigos
próximos, extrapola as paredes e chega aos vizinhos e encanta o condomínio,
atravessa os muros e ganha as ruas, e naturalmente se expande pelos
quarteirões, bairros, cidades e o mundo.
É
importante refletir constantemente sobre a interferência e os impactos das
pegadas ecológicas individuais, das empresas e do governo, e se existe um
policiamento constante, e uma verdadeira vontade de abrir mão de alguns
confortos modernos em prol da sustentabilidade. Estamos conscientes disto?
Queremos ser agentes de transformação ou não? O agente de sustentabilidade faz por
conta própria sem esperar por ninguém.
A
histórica posição de reduzir, reusar e reciclar hoje é insuficiente, é
necessário repensarmos todo o sistema de produção e implantar uma política
reversa efetiva com real fornecimento de matéria prima via reciclagem. E também
refletir sobre os malefícios da obrigatoriedade de elevados níveis de consumo como
combustível principal para girar a economia. Sem contar as malfadadas
imposições do mercado, como por exemplo, produtos quimicamente nocivos à saúde
pelo uso prolongado e a obsolescência programada. O agente de sustentabilidade só
consome o estritamente necessário, de uso imediato e evita gerar resíduos.
Políticas
econômicas expansionistas baseadas no crescimento do produto interno bruto
lastreado pelo consumo estão ultrapassadas. A simplicidade de economizar água,
energia elétrica e combustível fóssil, embora conscientemente e ecologicamente importantes,
não tem a capacidade de resolverem sozinhos os problemas da demanda de energia global.
Temos necessidades de investimento em fontes limpas e renováveis de geração de
energia e só o conjunto implantado e o consórcio de todas as fontes tem a
capacidade de suprir qualquer demanda. O agente de sustentabilidade busca
eficiência energética e promove no lar as seguranças hídricas, energéticas e
alimentares possíveis.
Ações
de governo e de mercado estão cem por cento atreladas ao cidadão, portanto, o
uso correto ou não do voto e das escolhas de consumo, é que elegem governos, políticas
públicas e ditam as estratégias do marketing corporativo. O agente de
sustentabilidade se envolve nas questões pelos direitos humanos e dos animais, pela
cultura de paz e pela cidadania participativa e prefere comprar produtos limpos
e sem venenos, de produção local, com meios de produção ecológicos e desta
forma combate a pirataria e os meios de produção perversos ou escravos.
Um
exemplo de conscientização ambiental é a questão dos resíduos, quando colocamos
o lixo na rua estamos preocupados com o seu destino e com quanto o município
gasta para fazer a coleta? Sabemos qual o valor dos recursos gastos neste
serviço em detrimento de outras áreas sociais como a saúde e a educação? Somos
cidadãos engajados e preocupados com o bem estar social? O agente de
sustentabilidade produz poucos resíduos porque compra em feiras ou a granel,
prepara em casa o máximo do seu alimento, produtos de limpeza e higiene, não
desperdiça, reutiliza nas mesmas funções, ou reusa com criatividade, todas as coisas
possíveis antes de enviar para a reciclagem e principalmente, produz adubo de
qualidade para a sua horta caseira fazendo compostagem em casa.
Qual
é o nosso entendimento sobre natureza? Será a natureza só o mundo “lá fora”,
formada por todo o cosmos, que historicamente nos ensinaram que está à nossa
eterna disposição para ser despojada e destruída de forma egoísta e imediata?
Ou é a natureza da filosofia estruturada na simbiose entre interior e exterior?
O agente de sustentabilidade sabe que não causar dano aos outros também implica
deixar de causar dano para si.
É
importante diferenciar os bons produtos dos ícones de marca, estar na moda não
é exibir uma etiqueta famosa, porque esta propaganda itinerante é se permitir
ser carimbado para mostrar ao sistema qual o seu patamar de consumo real ou ilusório.
Ter etiqueta é saber se portar com requinte e isto não se compra no mercado, é
arduamente conquistado com educação e cultura. O agente de sustentabilidade
toma cuidado com a ilusão das classes sociais e a confusão dos desejos materiais.
A
inteligência e o bom senso, de regra, preferem os produtos com as
características da simplicidade (qualidade, durabilidade, funcionalidade, baixo
custo de manutenção). O agente de sustentabilidade sabe que ser simples não é
ser simplório.
Portanto,
se cada um fizer a sua parte, todos ganham e o mundo melhora!
F/Neme