sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Falta de educação

Existe uma grande quantidade de literatura sobre as diversas técnicas de agricultura no país, inclusive com vastas publicações sobre olericultura, mas infelizmente ainda somos colônia, e nossas academias são provinciais e extremamente receptivas aos modelos prontos importados tanto da Europa, no passado, quanto dos Estados Unidos da América, recentemente.
Falta-nos identidade. Falta-nos financiamento público para o bem coletivo. Falta-nos educação fundamental pública de excelência. Falta-nos ensino médio e educação técnica pública de qualidade para formar cidadãos e não somente bons operadores de máquinas. Mas, em relação ao ensino superior, o país se destaca e financia academias de renome internacional. Porém, é irracional o fato de que para ser aprovado em uma faculdade pública é necessário ter anos de estudos particulares. Privilégio explícito à elite e novamente o público e o privado se confundem no país. Este paradoxo educacional brasileiro deve ser extinto.
Para piorar, falta-nos total transparência e publicidade do que é produzido na Academia e ainda, permissão de uso, ou patente aberta, das ciências e tecnologias desenvolvidas em nossas faculdades públicas, que são custeadas pela sociedade através de impostos, e, portanto, suas produções acadêmicas devem ser de propriedade coletiva. Sendo assim, este conhecimento não pode estar fechado a sete chaves ou ser das empresas financiadoras de pesquisas. É nos laboratórios das empresas privadas e/ou nas faculdades particulares o lugar certo para desenvolver segredos comerciais. E jamais utilizar as melhores cabeças, custeadas pela sociedade, para desenvolver projetos fechados e com patentes.
Falta-nos ética porque nossos bacharéis são treinados para trabalhar com os produtos impostos pelo mercado e suas empresas que financiam as pesquisas universitárias. Salvo em raríssimas exceções, os alunos são privados de qualquer acesso às técnicas “alternativas” ou de cunho amplamente social.
                                                                                                                             Fernando J.P. Neme