quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Mude você que o mundo melhora

É fato que nenhuma pessoa sozinha tem a capacidade de mudar o mundo, mas a união consegue fazer a revolução necessária. O engajamento socioambiental e principalmente, as mudanças de hábitos são urgentes para reequilibramos tanto as nossas pegadas ecológicas, quanto as interferências humanas na capacidade de resiliência do planeta. Os desvios das permissividades modernas e o consumo exacerbado desequilibra o mundo e nos consome silenciosamente.
 
A grande revolução está nos nossos aparentes pequenos gestos diários, e ainda, na nossa atenção plena para agir de forma sustentável, enfim, mudando os nossos estilos de vida para construirmos um mundo melhor.
 
Em nenhuma época do passado nós tivemos tantas informações disponíveis e com fácil acesso pela Internet como hoje, mas não basta só se informar é imprescindível agir. Não é fácil mudar um hábito, exige esforço e comprometimento contínuo e existem duas formas de ação, a primeira, e mais fácil, é pela conscientização individual, exercício lógico que explica as prementes necessidades e encoraja a mudança efetiva, e a outra, e mais dolorosa, pela obrigatoriedade da lei, das questões de saúde, do desabastecimento e outras imposições externas.
 
A fórmula do sucesso das transformações necessárias para um mundo mais sustentável sempre inicia no indivíduo, depois via exemplos alcança a família e os amigos próximos, extrapola as paredes e chega aos vizinhos e encanta o condomínio, atravessa os muros e ganha as ruas, e naturalmente se expande pelos quarteirões, bairros, cidades e o mundo.
 
É importante refletir constantemente sobre a interferência e os impactos das pegadas ecológicas individuais, das empresas e do governo, e se existe um policiamento constante, e uma verdadeira vontade de abrir mão de alguns confortos modernos em prol da sustentabilidade. Estamos conscientes disto? Queremos ser agentes de transformação ou não? O agente de sustentabilidade faz por conta própria sem esperar por ninguém.
 
A histórica posição de reduzir, reusar e reciclar hoje é insuficiente, é necessário repensarmos todo o sistema de produção e implantar uma política reversa efetiva com real fornecimento de matéria prima via reciclagem. E também refletir sobre os malefícios da obrigatoriedade de elevados níveis de consumo como combustível principal para girar a economia. Sem contar as malfadadas imposições do mercado, como por exemplo, produtos quimicamente nocivos à saúde pelo uso prolongado e a obsolescência programada. O agente de sustentabilidade só consome o estritamente necessário, de uso imediato e evita gerar resíduos.
 
Políticas econômicas expansionistas baseadas no crescimento do produto interno bruto lastreado pelo consumo estão ultrapassadas. A simplicidade de economizar água, energia elétrica e combustível fóssil, embora conscientemente e ecologicamente importantes, não tem a capacidade de resolverem sozinhos os problemas da demanda de energia global. Temos necessidades de investimento em fontes limpas e renováveis de geração de energia e só o conjunto implantado e o consórcio de todas as fontes tem a capacidade de suprir qualquer demanda. O agente de sustentabilidade busca eficiência energética e promove no lar as seguranças hídricas, energéticas e alimentares possíveis.
 
Ações de governo e de mercado estão cem por cento atreladas ao cidadão, portanto, o uso correto ou não do voto e das escolhas de consumo, é que elegem governos, políticas públicas e ditam as estratégias do marketing corporativo. O agente de sustentabilidade se envolve nas questões pelos direitos humanos e dos animais, pela cultura de paz e pela cidadania participativa e prefere comprar produtos limpos e sem venenos, de produção local, com meios de produção ecológicos e desta forma combate a pirataria e os meios de produção perversos ou escravos.
 
Um exemplo de conscientização ambiental é a questão dos resíduos, quando colocamos o lixo na rua estamos preocupados com o seu destino e com quanto o município gasta para fazer a coleta? Sabemos qual o valor dos recursos gastos neste serviço em detrimento de outras áreas sociais como a saúde e a educação? Somos cidadãos engajados e preocupados com o bem estar social? O agente de sustentabilidade produz poucos resíduos porque compra em feiras ou a granel, prepara em casa o máximo do seu alimento, produtos de limpeza e higiene, não desperdiça, reutiliza nas mesmas funções, ou reusa com criatividade, todas as coisas possíveis antes de enviar para a reciclagem e principalmente, produz adubo de qualidade para a sua horta caseira fazendo compostagem em casa.
 
Qual é o nosso entendimento sobre natureza? Será a natureza só o mundo “lá fora”, formada por todo o cosmos, que historicamente nos ensinaram que está à nossa eterna disposição para ser despojada e destruída de forma egoísta e imediata? Ou é a natureza da filosofia estruturada na simbiose entre interior e exterior? O agente de sustentabilidade sabe que não causar dano aos outros também implica deixar de causar dano para si.
 
É importante diferenciar os bons produtos dos ícones de marca, estar na moda não é exibir uma etiqueta famosa, porque esta propaganda itinerante é se permitir ser carimbado para mostrar ao sistema qual o seu patamar de consumo real ou ilusório. Ter etiqueta é saber se portar com requinte e isto não se compra no mercado, é arduamente conquistado com educação e cultura. O agente de sustentabilidade toma cuidado com a ilusão das classes sociais e a confusão dos desejos materiais.
 
A inteligência e o bom senso, de regra, preferem os produtos com as características da simplicidade (qualidade, durabilidade, funcionalidade, baixo custo de manutenção). O agente de sustentabilidade sabe que ser simples não é ser simplório.
 
Portanto, se cada um fizer a sua parte, todos ganham e o mundo melhora!
 
F/Neme